Em um fundo verde vibrante, uma composição em marrom se desdobra de maneira intrigante. O mais fascinante desta obra é como ela se transforma dependendo do ângulo de observação, revelando diferentes aspectos da natureza em uma única imagem.

Na primeira perspectiva, quando olhamos a imagem em sua posição original, pode ser visto como uma complexa teia de aranha, com suas linhas convergindo em um padrão geométrico preciso e hipnótico. Mas, nesta mesma posição, também podemos ver um sistema intrincado de raízes que se aprofundam na terra, ramificando-se em estruturas cada vez mais finas e delicadas, mostrando como a árvore se sustenta e busca nutrientes no solo. Algumas palavras de cabeça para baixo chamam a atenção.

Ao girar a imagem 180 graus, lemos: “Seja raiz, seja caule, seja folha, teça o futuro, reconecte-se!” e vemos um tronco de árvore robusto que se ramifica em galhos cada vez mais delicados. Os galhos se desdobram em formas que lembram folhas alongadas, criando um padrão orgânico e fluido que preenche o canto superior direito da imagem. Entre os galhos marrons, o verde do fundo aparece como pequenos recortes que podem ser interpretados como folhas ou como a luz do sol que consegue atravessar a copa das árvores, criando um jogo de luz e sombra natural.

A multiplicidade da imagem é notável: árvore vista de baixo, sistema de raízes visto de cima, teia de aranha em sua precisão geométrica. Os espaços verdes entre as formas marrons ganham diferentes significados em cada interpretação – são ora a luz que atravessa os galhos, ora as folhas da árvore, ora os espaços vazios em uma teia. É uma obra que celebra como a natureza se organiza em padrões que se repetem em diferentes escalas e formas.

Os contrastes marcantes entre o verde do fundo e o marrom da forma principal ajudam a criar uma sensação de profundidade e movimento, independentemente de como se interpreta a imagem. É uma obra que convida o observador a questionar sua própria percepção e a descobrir múltiplos significados em uma única composição.

Ao tocar uma obra como esta, uma pessoa poderia perceber essas diferentes interpretações através do traçado contínuo que se transforma: galhos que se expandem para o céu, raízes que se aprofundam na terra, ou uma teia que conecta diferentes pontos no espaço. Cada percepção tátil revelaria uma nova camada de significado nesta complexa composição natural.

Fernanda Bellumat

Fernanda Bellumat é Artista Plástica formada pela Ufes e Arquiteta e Urbanista pela Multivix. Com experiência em Gestão Pública, atua também como Produtora de eventos e projetos culturais. Sua natureza curiosa, criativa e mística, aliada à sua formação em Artes Plásticas e seu envolvimento com projetos culturais, inspirou a criação desta ilustração específica, que reflete sobre a relação entre ser humano e natureza. Nesta obra, Fernanda nos convida a perceber que, na grande teia da vida, cada fio que tecemos é uma conexão que construímos com nós mesmos, com o outro e com o mundo natural. A ilustração instiga o espectador a mudar seu ponto de vista: girar e reconectar-se com o ambiente ao seu redor.

Sumário
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Sumário
Revista Cine.Ema 5

01. Editorial: Estou de volta!

02. Amazônia: um vasto jardim milenar

03. Reconectar-se com a floresta

04. Click Brabo! Dicas de fotografia

05. Neurônios à la carte: a escolha dos alimentos molda seu cérebro

06. Biomimetismo: a natureza que transforma

07. Nem só de árvore vive o cinema ambiental

08. Os voos da Ema

09. Um click para o futuro

10. Missão impossível: cenas de uma câmera analógica

11. Quadrinhos: Antes do Fim

12. O futuro é agora!

13. Crônica: Luz, Câmera e... Reconexão!

14. A gente se vê no Cinema

15. Que monte de lei é essa?

16. Reciclagem começa dentro de casa

17. Você sabe como fazer uma animação?

18. Juntei meu lixo, e agora?

19. Dá para viver sem plástico?

20. Dicas para reduzir o plástico

21. Arte: Seja Raiz, Seja Caule, Seja Folha, Teça o Futuro, Reconecte-se!

22. A Fantástica Carpintaria