23- O futuro é agora! – Festival Cine.Ema

O futuro é
agora!

Observar os problemas e construir soluções para transformar nosso dia a dia

Quando está muito quente, o problema não é só o calor que vem de cima. O problema é que o calor vem de baixo, vem do lado, parece que reflete no prédio, parece que reflete no chão, parece que é o asfalto que esquenta mais do que o sol e talvez seja mesmo.

Agora, feche os olhos. Bom, pode abrir porque senão você não continua lendo esse texto, mas imagine se não tem asfalto, se tem um outro jeito, um chão que escoa água. Imagine se tem mais verde, se o paisagismo dá para comer, se tem comida no jardim, dentro da cidade.

Imagine se, como na Espanha, há sombras verdes autoirrigáveis. Se você está caminhando numa cidade sustentável, se você tem menos rinite alérgica. Se você come melhor porque as coisas são mais orgânicas e elas estão sendo plantadas nos quintais. Se existem mais hortas urbanas. Se o lixo é separado. Se a gente produz menos lixo. Se as minhocas são lembradas e os ecossistemas convivem com a gente sem medo de morrer. Seria lindo, não seria? Por que não?

Imagem de Capa: Na cidade do futuro, o verde recupera seu espaço em meio ao concreto. As ruas, antes dominadas por carros, agora dão espaço para plantas, pedestres e mobilidade sustentável (como bicicletas e ônibus elétricos). O piso já não é mais impermeabilizado, permitindo o escoamento natural da água. Vamos reimaginar nossas cidades!

Corredores verdes

Desde 2016, Medellín (na Colômbia) criou 30 corredores verdes pela cidade, plantando árvores e outras vegetações, que refrescam o ar, purificam a atmosfera e até convidam a vida selvagem de volta para a selva de concreto.
O resultado? Uma queda refrescante de 2°C na temperatura da cidade e um ar mais limpo para respirar. Os moradores adoraram a ideia e até ajudam a cuidar das plantas.

É uma prova viva de que, às vezes, para resolver problemas modernos, precisamos nos reconectar às nossas raízes – literalmente!

Cidade do Futuro

Energia renovável, água de reúso, lixo separado. A cidade do futuro não é de carros voadores e emissão descoordenada de carbono, mas assim: inteligente e sustentável.

Existem alguns exemplos mundo afora, mas aqui no Brasil ainda estamos engatinhando.

Em relação à reutilização da água, por exemplo, existe uma forte barreira cultural que dificulta suplantar uma pequena barreira econômica.

O professor Ricardo Franci, especialista em água de reúso, explica que uma estrutura de encanamento que permita a reutilização da água custa 1% a mais na construção de um prédio, por exemplo.

Em relação a placas fotovoltaicas já estamos evoluindo, mas a separação do lixo precisa de mais atenção do poder público, especialmente em relação a medidas educativas, porque só ter uma lixeira de cada cor não adianta.

Energia solar

A energia solar não polui, é renovável, traz vantagens para todo mundo que utiliza, inclusive porque ajuda a reduzir as emissões de gases no efeito estufa. Quando as pessoas fazem uso das placas de energia solar e ampliam suas usinas fotovoltaicas, elas estão colaborando com a sustentabilidade do planeta.

Água de reúso

Quando falamos em água de reúso, quer dizer usar duas vezes (ou mais) a mesma água. Em um planeta em que a água potável está acabando, é importante refletir sobre isso (até porque a gente não tem outro planeta pra ir com facilidade).

O caso é pensar em tratar a água tanto em grandes níveis, como cidades, quanto em pequenos níveis, como construções. Separar a água potável da água não potável, e dar o devido uso a cada uma delas.

Para fazer isso, será necessário, segundo o professor Ricardo Franci, separar os encanamentos e conscientizar a população. A gente não precisa ter nojo de água tratada.

Cuidando da saúde das pessoas e do planeta

Você já viu uma usina fotovoltaica? Em Cachoeiro de Itapemirim, temos um exemplo de sucesso no hospital da Unimed Sul Capixaba. Com placas dispostas em direção ao sol, a luz solar é captada e transformada em eletricidade. O hospital conta com:

2.626 MÓDULOS SOLARES

8 inversores

148 mil kwh por mês

Aliado a isso, o hospital também conta com um sistema de captação de água da chuva, com uma estação de tratamento de água, medidas que contribuem para reduzir o nosso impacto sobre o planeta.

“Essas iniciativas mostram que estamos reduzindo nossa dependência do mercado de energia elétrica e adotando práticas que beneficiam o meio ambiente”

Fernando Lemgruber,
diretor-presidente da
Unimed Sul Capixaba.

Nem todo herói usa capa

Lembra daqueles filmes antigos que mostravam o futuro cheio de carros voadores? Pois é, todo mundo achava que em 2024 estaríamos zanzando pelo céu em naves espaciais. Mas a verdade é que o futuro chegou, e ele tem duas rodas e um guidão! Quem diria que a revolução não seria voar, mas sim pedalar? Enquanto os carros ficam presos no trânsito, estamos voando pelas ciclovias.

Diversas cidades em todo o mundo têm investido nas ciclovias para resolver os problemas de mobilidade urbana, de poluição e até mesmo melhorar a saúde das pessoas. A bike não solta fumaça, não faz barulho e ainda deixa você em forma. Fortalece a musculatura, melhora a saúde cardiovascular e ainda ajuda o meio ambiente. Quem precisa de super poderes?

Resposta que vem dos céus

Imagine uma cidade onde toldos verdes e vivos purificam o ar que você respira. Parece ficção científica? Pois a startup SingularGreen transformou isso em realidade com seu Green Shades. Essas cortinas de plantas não só refrescam as ruas, mas também trazem um toque de natureza para os cantos mais cinzentos da cidade. E dependendo das espécies escolhidas, há uma maior absorção de NOX e CO2, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar nas cidades. Esse mecanismo conta ainda com um sistema inteligente de irrigação, esses oásis suspensos prosperam onde árvores comuns não conseguiriam crescer. É uma solução elegante e verde para os desafios urbanos do século 21, provando que às vezes, a resposta para um ar mais limpo está literalmente acima das nossas cabeças.

Foto: Startup SingularGreen

Problemas:
Brasileiros apontam calor como principal problema ambiental

A Pesquisa Nacional sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, realizada pelo Instituto Cidades Sustentáveis em parceria com o Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, aponta que o calor é o principal problema percebido pelos brasileiro. A poluição e as enchentes também são vistos como problemas.

Para 30% dos brasileiros, o calor e o aumento da temperatura são os principais problemas da cidade onde moram, seguidos pela poluição do ar (29%), poluição dos rios e mares (25%) e enchentes e alagamentos (24%). A pesquisa foi publicada em maio de 2024. Em 2023, a poluição do ar foi apontada como o maior problema ambiental, com 36% das respostas.

Você sabia?

O Espírito Santo é hoje um dos estados que mais investe em obras de adaptação às mudanças climáticas, por meio do Fundo Cidades.

A informação foi dita pelo governador Renato Casagrande este ano, num encontro de líderes mundiais que ocorreu no Rio de Janeiro. Desde a sua criação, já foram investidos mais de R$ 350 milhões em obras e a previsão é ultrapassar R$ 1 bilhão até o final de 2026.

“Dentro do Fundo Cidades, nossa primeira ação foi repassar meio milhão de reais a cada um dos 78 municípios capixabas para que eles pudessem elaborar projetos com o objetivo de prevenção. Apresentando o projeto, nós avaliamos e aprovamos a aplicação de R$ 200 milhões a cada ano. Em quatro anos são R$ 800 milhões em investimento com recursos do governo estadual para este objetivo”, explicou o governador Renato Casagrande.

Você pode procurar saber as ações no seu município.

Anote aí para cobrar depois

O Espírito Santo tem um Plano de Descarbonização e Neutralização de Gases de Efeito Estufa que faz parte do Programa Capixaba de Mudanças Climáticas. O plano e o programa são políticas públicas que exigem que a gente fiscalize, afinal, é a nossa vida!

Descarbonização significa substituir os combustíveis que emitem gás carbônico e aumentam o efeito estufa por fontes renováveis, como energia solar, eólica e outras. Isso serve pra diminuir o efeito estufa.

Lembrete!

Todo mundo sabe que se esquentar demais a gente morre, então é preciso mitigar os efeitos do efeito estufa. O efeito do efeito do efeito do efeito da nossa ação (dos nossos ancestrais, e nossa enquanto raça humana) é esse calor todo.

E se foi a nossa ação que levou a tanto gás carbônico e tanta coisa que fez nosso planeta e país esquentarem a ponto de ficar quase inabitável, é a nossa ação que vai fazer a cidade ser um lugar bom para se viver.

Estamos em um ano de eleição municipal. A gente pode prestar atenção nas plataformas de meio ambiente dos candidatos a prefeito e vereador. A gente pode, especialmente no interior, olhar se tem política de proteção de nascente, cobrar que essas medidas sejam integradas no Espírito Santo entre estados e municípios… Na prática, para construir a cidade ideal, a gente precisa estar consciente politicamente.

#ESTE FILME É DAQUI!

Os cravos

Direção: Renan Amaral Leite. Data de lançamento: o filme está na fase de pós-produção.

Sinopse: A trama acompanha o processo terapêutico de Mateus (Danilo Maia) com a psicóloga Sandra (Fran Mattoso). À medida que ele busca alta, por considerar-se significativamente melhor, a complexidade de seu personagem se desvela aos olhos da terapeuta – e do público – a partir das memórias que emergem. Realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio de edital da Secult-ES.

O futuro é agora!